mainportraits
  • Home
  • Film Critiques
    • English Reviews>
      • Chez Lise
    • Critiques en français>
      • Chez Lise
  • Poetry
    • English>
      • Bacchanal Vessel
      • Main Street Film
    • Français>
      • Coupe Bacchanal
    • Español>
      • Baile Nocturno
    • Portugues>
      • Mãos do Destino
  • Photography
    • Contemporary>
      • Montreal
      • St Lawrence Boulevard
    • Yesteryears>
      • Brazil, Bahia
  • Postcards
    • Montréal
    • Portugal>
      • Azores>
        • São Miguel>
          • Ponta Delgada
      • Former Colonies
      • Continental>
        • Lisbon Classic
        • Lisbon Photos
        • Outside Lisbon Classic
        • Outside Lisbon Photos
      • Madeira>
        • Madeira Classic
        • Madeira Photos
    • Europe>
      • Southern Europe 1902: Video Format
    • Laura Lavoie>
      • Montreal-Portland
      • Lewiston
      • Maine
  • Videos
  • Visuals for sale
    • Photography for sale>
      • Contemporary photography for sale
      • Vintage photography for sale
    • Postcards for sale
  • Contact

Mãos do Destino

Na praia
Os meus pés na areia
A água, lambendo a terra, com a sua língua de ondas.
O mar chupa-me as pernas
Com a sua corrente tirante invisível
Para o fundo azul.
Um silencioso grito infantil.
Mãos que me apanham os braços
E que me levantam ao ar.
Uma voz de homem:
“Eh rapaz não se brinca aqui,
O mar é bravo”

Quando os meus pés tocaram o chão
Corri para casa como um lagarto.
Para não ser apanhado por mei irmão
Que estava certamente buscando-me.

Nunca vi a cara de aquelas mãos.

E dos cavalos,
Com as patas ferradas no ar,
Rinchando, propulsionando
A carroça em direcção da parede.
Somos dos amigos inocentes da vida,
Com poucos anos.
Temos o temor na cara,
E as costas contra a parede.
Entre os ferros alevantados dos cavalos
E nos há só um pedaço de ar.
A gente não sabe que o medo
Não pode desviar um golpe de corisco.
Uma imagem escura se lança
Entre dois de nossos gritos
E se interpõe diante de nós,
Com as duas mãos alevantadas e ameaçantes
Prontas a cortar o rincho em dois.
Os Ferros dos cavalos eriçados caem no chão.
E o silêncio vem em o nosso socorro
Nós fugimos como dois irmãos
Que tinham medo de chegar tarde à casa paterna.


Sim, nunca se perguntar se aquelas mãos tinham rosto

Alvaro Aurélio
Editado por Antonio de Vasconcelos


Powered by Create your own unique website with customizable templates.